Estilo Românico
Os artistas que trabalharam
nas oficinas da Corte de Carlos Magno tiveram de superar o que até então era um
estilo ornamental afim de redescobrir uma tradição cultural e artística que
vieram do mundo greco-romano. Os bispos e nobres que eram os novos
senhores feudais, cedo começaram a afirmar o seu poderio mediante a fundação de
abadias e mosteiros. O estilo em que esses edifícios foram construídos é
conhecido como estilo românico.
Essa arquitetura adotou a planta basilical com cruz latina como principal
tipo de planta para as igrejas. A sensação causada por essas igrejas,
interna e externamente, é de uma robustez compacta, que tinham caráter sólido e
pesado sendo verdadeiras fortalezas de Deus. Há algumas decorações, as janelas
são poucas e estreitas, mas as paredes espessas e torres inteiriças lembram-nos
as fortalezas medievais. Os telhados de madeira que tinham sido usuais nas
basílicas faltava dignidade, pois muitas cidades eram invadidas e
saqueadas, e, essas igrejas eram facilmente incendiadas. Logo, foram
substituídos por apropriados e confiáveis telhados de pedra, a arte romana de
abobodar. A abóbada das igrejas românicas era de dois tipos: a abóbada de
berço e a abóbada de arestas. Ademais empregavam nas construções, arcos ou
nervuras. Para isso, era preciso uma maior firmeza, então, utilizaram as
paredes e pilares que eram ainda mais robustos.
Foi na França que essas
igrejas começaram a ser decoradas com esculturas. Tudo o que pertencia a igreja
tinha sua função definida e expressava um ideia precisa (relacionada com os
ensinamentos da igreja), portanto, toda a parte ornamental presente nesse
estilo nada mais é do que uma forma de catequizar. Com isso, a escultura foi
inserida no espaço arquitetônico como elemento complementar. Um bom exemplo
disso, seria o pórtico ou portal, no qual, apresentava em seu formato um arco
triunfal romano, arco pelo ou de volta perfeita. No campo acima do dintel
estava o tímpano, que recebia todo tratamento escultórico, além do capitel e
dos pilares. A escultura também era encontrada em forma de relevo. A pia
batismal era um bom exemplo dessa arte.
A pintura desenvolveu-se
sobretudo nas grandes decorações murais através da técnica do afresco. Essa
característica está ligada às formas da arquitetura, pois as grandes abóbadas e
as espessas paredes laterais com poucas aberturas criavam grandes superfícies,
que favoreciam a pintura mural. A representação do espaço não era importante, e
sim, a representação humana que ganhava faces e tipos estilizados, sem
proporções anatômicas, parecendo serem mais curtas do que são na realidade.
Assim como na escultura, o tema era essencialmente bíblico, ou seja, a imagem
deveria evangelizar. Outra produção artística eram as iluminuras, uma pintura
decorativa que era empregada no inicio dos capítulos dos pergaminhos, usavam
cores intensas, como o vermelho brilhante, além de referir-se sobretudo ao
efeito de douração, que seria uma decoração com ouro ou prata.

Catedral de Pisa, Itália
Estilo Gótico
Surge uma ideia
revolucionária que fez as igrejas românicas parecerem desgraciosas, pesadas e
obsoletas. A nova ideia nasceu na França setentrional, era o aparecimento
do estilo gótico.
Esse estilo
carregou algo inovador, que ao invés dos arcos de volta perfeita usados no
românico, passou a ser empregado os arcos ogivais que em suas
variações podiam ser pontiagudos ou até achatados, dando um ar de
verticalidade, que se torna uma das principais características desse
estilo por representar a grandiosidade, onde tudo se voltava para o alto,
projetando-se na direção do céu. Outro aspecto importante eram que as pesadas
pedras da abóboda não exerciam apenas pressão de cima para
baixo, mas também para os lados. Em decorrência disso, não havia mais
a necessidade de paredes tão pesadas passando a transmitir uma ideia de leveza
e possibilitando assim, grandes aberturas nas quais eram ornamentadas com
vitrais, sendo esta, mais uma inovação. Ademais, os arcobotantes foram
introduzidos para auxiliar na sustentação, juntamente com o contraforte.
Mais um elemento arquitetônico em destaque eram as rosáceas que
transmitem através da luz e da cor, o contato com a espiritualidade e
a ascensão ao sagrado.
Em relação as
esculturas góticas, estavam ligadas a arquitetura, porém de uma forma mais
independente e com mais volume, diferentemente do românico. Os personagens
eram representados de formas mais alongadas o que remetia a verticalidade, mas
não deixando de ilustrar os ensinamentos da igreja. Essas obras
também tendiam ao natural e eram representadas em baixo relevo sem servir
de suporte para colunas.
Na
pintura, os personagens eram representados com seus corpos pouco volumosos
e bastante estáticos, recebiam um grande tratamento de panejamento, ou seja, cobertos
por muita roupa, para dar uma ideia de movimento, normalmente com o olhar
voltado para cima, em direção ao plano celeste.
Giotto
di Bondone- Last Judgment (1306)
Afresco - Cappella Scrovegni, Padua
Estilo Renascentista
Com o intuito de valorizar o
saber humano, o poder da igreja foi colocado em segundo plano, ou seja, as
igrejas deixaram de ser as principais tarefas dos arquitetos, passando assim, a
investir nos edifícios seculares. Os arquitetos desse período investem-se
de uma liberdade cada vez maior, adotando um estilo particular. Essa
arquitetura recebe forte influencia da antiguidade clássica, no qual buscava-se
superá-la. Tudo que era do mundo greco-romano foi aproveitado na concepção da
arquitetura renascentista. A busca do ideal de beleza perfeita, a
disposição ordenada dos elementos de um prédio, a utilização dos arcos de
volta-perfeita, a influência da composição formal da Natureza, vista como
modelo de perfeição, a singeleza das obras, a forte presença dos aspectos
humanistas, a utilização sistemática da perspectiva, entre outros elementos,
eram fortes elementos dessa arquitetura.
Decorrente disso, a medida
em que o renascimento resgatava a antiguidade clássica, a escultura era tratada
como a expressão artística que melhor representa esse estilo. Começava-se uma
busca pelo realismo de fato, com a introdução da perspectiva e da proporção
geométrica, destacando a figura humana, sendo assim, a escultura ganha
independência, é colocada sobre uma base, e pode ser observada em diferentes
ângulos. Outro aspecto importante dessa escultura era a expressão corporal,
começava-se a ser empregada uma postura, sendo possível refletir os
sentimentos, com isso o movimento era notório no próprio corpo, ademais,
tinha-se o panejamento, sendo este um elemento secundário que era utilizado
apenas para cobrir.
A pintura teve grande
destaque no estilo renascentista, foi através da utilização da perspectiva,
seja ela aérea ou atmosférica, que os artistas conseguem produzir suas obras
com espaços reais em superfícies planas, criando uma noção de profundidade e
volume, assim sendo possível separar o primeiro do segundo plano. Também foi
incorporado as pinturas renascentistas o jogo de cores e a utilização da luz
natural, que permitia destacar na obra os elementos mais importantes, e
obscurecer os elementos secundários. Foi nesse estilo que a utilização da tinta
óleo foi alavancada, permitindo um esquema de cores mais flexível e
contrastantes, com um mais amplo espectro e de secagem lenta, sendo possível
realizar a mistura de cores no próprio painel. Tratando de um período em que o
homem estava sendo valorizado, foi possível enxergar nas obras essa
representação, os retratos e cenas de famílias são comuns de serem produzidas,
assim como a reprodução do natural de rostos, paisagens, fauna e flora,
ademais, os temas filosóficos também foram incorporados nesse estilo, mas
isso não significa dizer que os temas religiosos tenham sido eliminados. Assim
como na escultura, na pintura os corpos também ganharam movimento, toque
gracioso e formas definidas, juntamente com o planejamento, que recebeu
contornos ondulares.

Domenico Ghirlandaio - Velho e Menino, (1480)
Têmpera sobre
painel, Museu do Louvre, Paris
Tabela comparativa dos elementos arquitetônicos
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Bibliografia: A historia da arte E.H.
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